Nesta parte falarei um pouco sobre a minha experiência com alguns tipos de telescópios. Tentarei resumir, com uma linguagem mais simplificada possível, o que eu aprendi com cada um destes tipos. Será um tipo de relato sobre o que eles podem trazer tanto de desafios quanto de recompensas.
Existem vários tipos de telescópios. Até o presente momento tive a oportunidade de conhecer três deles, e vos digo que é necessário “domar a fera” antes de ver qualquer coisa interessante. O primeiro que tive contato foi um refrator, de montagem azimutal (um tripé simples), abandonado pelo senhor meu pai em um canto do armário. Não consegui progredir muito com ele na época, tanto por falta de noção teórica quanto prática.
Meu primeiro avanço considerável foi no verão de 2007/2008, depois de me graduar em Física, quando adquiri um refletor newtoniano, com diâmetro de 4.5 polegadas de abertura e montagem equatorial. Neste tipo de montagem, o telescópio é posicionado através de suas coordenadas. Seu tripé é mais estável que o de montagem azimutal, devido a um contrapeso da estrutura.
Encontrei este telescópio na loja Zaniratti Audiovisuais Ltda, na Avenida Farrapos em Porto Alegre. Depois de algumas noites (e dias) em claro, além de algumas enxaquecas na madrugada, aprendi a orientar a posição dele e a alinhar seus espelhos e lentes. Este procedimento de alinhar os espelhos e lentes para que a imagem do astro fique bem definida é chamado de colimação. A partir daí foram muitas madrugadas em escuro ao longo das quatro estações. Crateras da Lua, alguns detalhes dos planetas, aglomerados de estrelas e algumas nebulosas pagaram o investimento, mais barato que um vídeo game popular na época.
No próximo texto irei relatar minha experiência marcante com o meu atual instrumento óptico de observação astronômica.