Luiz Augusto L. da Silva*
Em 2022, os planetas mais brilhantes do sistema solar deram um grande e prolongado show no céu das madrugadas, desde os últimos dias de fevereiro até o final do mês de junho! Disponibilizamos, através do nosso Portal Ciência & Cosmos, no site da Rede Omega Centauri, um total de 124 simulações diárias daquelas configurações planetárias, cobrindo todo o período entre 27 de Fevereiro e 30 de Junho. Também abordamos o assunto em nossas Oficinas de Astronomia® números 472, 474, 478, e 481, disponíveis no canal da Rede Omega Centauri no YouTube. Esta é nossa reportagem final sobre aquela sequência de eventos. Confira aqui seus pontos altos, em imagens selecionadas obtidas pelo autor, desde sua residência rural, Tranquility Base, no interior de Novo Hamburgo, sul do Brasil!
O quadrilátero planetário de Março
Na madrugada do dia 28 de Março, a Lua minguante 17.6% iluminada formou um agrupamento quadrangular com os planetas Vênus (magnitude -4.3), Saturno (magnitude +0.8) e Marte (magnitude +1.1). Ao redor das 08:30 TU, a formação estava a cerca de 30 graus acima do ponto cardeal leste.
25 de Abril
Naquela madrugada, a Lua 29.8% iluminada cruzava próxima à Saturno e Marte, mais acima do par Vênus-Júpiter, então ainda distanciados de 5.1 graus. Quase exatamente a meio caminho entre eles, encontrava-se o planeta Netuno (invisível na foto), brilhando com magnitude +7.9. Em um arco de apenas 33 graus de extensão, encontravam-se nada menos de cinco planetas! A imagem abaixo foi obtida às 08:53 TU.
O Triângulo Magno de Abril
O clímax do festival planetário verificou-se em 27 de Abril, quando a Lua formou com Vênus e Júpiter uma formação triangular isósceles, também conhecida como “triângulo magno”, por envolver os três astros mais brilhantes do firmamento, excluindo-se o Sol. Às 09:00 TU, o triângulo brilhava a 30 graus acima da linha do horizonte. O planeta Netuno estava a apenas 28 minutos de arco de Vênus, no lado Júpiter-Vênus do triângulo magno!
A conjunção Vênus-Júpiter!
Em 30 de Abril, a conjunção entre os planetas Vênus e Júpiter atingiu uma separação angular mínima de 0.2 graus, às 18h TU. Na madrugada do mesmo dia, quando foram obtidas as imagens abaixo, os dois planetas ainda se encontravam a cerca de meio grau um do outro.
Todas as imagens foram obtidas pelo autor, empregando uma câmera digital Nikon P-900, com zoom óptico de até 83x.
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Luiz Augusto L. da Silva é astrônomo, e desde 1973 acompanha o eterno ballet dos planetas pelas constelações do zodíaco.
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