– No início da noite desta terça-feira, entre às 18 h e 29 min e 18 h e 35 min (horário de Brasília), vale a pena olhar para céu e conferir o espetáculo proporcionado pela passagem de dezenas de pontos luminosos enfileirados pelas constelações. É a colocação em órbita do lote de 60 satélites, da startup SpaceX, em seu lançamento L27 para compor a plataforma de internet Starlink na órbita terrestre. Estão previstos 11943 satélites para compor a rede de internet para cobrir todo o globo.
– Para colocar cada grupo de satélites em sua órbita definitiva, cerca de 800 km de altura, são necessárias várias semanas de manobras e ajustes. Nos primeiros dias, logo depois do lançamento, esses objetos são muito facilmente visíveis dentro de determinadas condições, devido, principalmente, a proximidade que se encontram da superfície terrestre. Quando a altura desses satélites passa os 400 km, não serão mais visíveis a olho nu.
– As luzes das cidades realmente atrapalham uma boa visualização das passagens dos Starlink. Ir em um local de penumbra do pátio no fundo da casa cerca de 15 min antes do início das observações e não olhar para telas de tablets e smartfones nesse período fazem toda a diferença para ter sucesso na visualização do fenômeno. É evidente que o local de penumbra escolhido esteja livre de obstáculos para a região do céu onde os satélites irão se deslocar. Para isso, verifique no mapa geográfico a linha que está mais próxima da sua localização e depois verifique no mapa celeste a trajetória corresponde percorrida pelos Starlink.
– Moradores das cidades litorâneas localizadas ao longo de toda costa gaúcha e costa sul catarinense, situadas sobre a linha Z do mapa geográfico, verão o “trem” de pontos luminosos surgir, um pouco acima do horizonte, na direção Sudoeste, passar no meio do céu, isto é, sobre a vertical do observador, e se deslocar na direção Nordeste. A trajetória do movimento desses satélites está representada pela linha Z, no mapa celeste 1. A estrela Canopus, a segunda mais brilhante do céu noturno (a primeira é Sirius), é o ponto de referência ideal, uma vez que ela está na direção Sudoeste, na altura de 45º, e se destaca pelo seu intenso brilho naquela região do céu.
– As pessoas da capital gaúcha e demais localidades (Florianópolis – SC) posicionadas ao longo da linha A do mapa geográfico, avistarão o movimento das luzes passando um pouco abaixo e à esquerda de Canopus. Esse público deverá voltar seu campo de visão para um ponto entre a direção Sul e a direção Sudoeste, na região do céu compreendida entre a estrela Canopus e a constelação do Cruzeiro do Sul. No mapa celeste 1, a trajetória dos Starlink está representada pela linha A.
– Observadores de localidades mais a Oeste, sobre a linha B do mapa geográfico, como de Bagé e Santa Cruz do Sul (litoral norte catarinense), deverão se voltar para Sul e olhar para a região do céu um pouco à esquerda e acima do Cruzeiro do Sul. No mapa celeste 1, a trajetória dessa passagem está representada pela linha B. Para os residentes das localidades de Santa Maria, Passo Fundo e Caçador (SC), observarão os pontos luminosos pela trajetória representada pela linha B do mapa celeste 1. A melhor referência para essas pessoas é localizar a constelação do Cruzeiro do Sul e olhar para a região do céu imediatamente abaixo dela.
– Para os interessados em acompanhar o evento, moradores de Erechim, Palmeira das Missões, Cruz Alta, São Vicente do Sul e arredores, embora mais difícil, também podem apostar no êxito das observações. A partir de locais bastante escuros, e o interior dessas localidades permite isso, somada a condição de céu muito limpo, as chances das observações serão boas. O avistamento dos satélites, para estas pessoas, se dará entre a constelação do Cruzeiro do Sul e a estrela Alfa Centauro. Estrela essa, devido ao seu brilho destacado (a terceira na classificação de mais brilhante) servirá como ponto de referência para decidir para onde olhar. – Porém, para as localidades aqui mencionadas por último, uma passagem mais alta dos satélites Starlink está prevista para a noite do dia seguinte, quarta-feira, entre às 18 h e 38 min e 18 h e 45 min. A estrela Sirius, a mais brilhante na direção Oeste, a 45º de altura, é a referência para a observação dessa passagem. Veja mais detalhes da trajetória no mapa celeste 2, representada pela linha D.
– A passagem mais alta para o dia 19, quarta-feira, está reservada para os moradores das localidades ao longo de toda fronteira do Rio grande do Sul com a Argentina. A referência para as observações dessas passagens de satélites é a meia distância entre as estrelas Sirius e Canopus, facilmente identificadas pelo destacado brilho que elas possuem. Sirius na direção Oeste e Canopus na direção Sudoeste, ambas na mesma altura, de 45º.
Boas observações e belos registros.
Onde acompanhar a passagem dos satélites Starlink:
https://findstarlink.com/#193;3
Porto Alegre, 18 de Maio de 2021.
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Autor desse material: Prof. Érico Kemper, professor do IFRS – Campus Canoas (erico.kemper@canoas.ifrs.edu.br);
Distribuição: Prof. Carlos Eduardo Meine Morais.
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